segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Summer days

Falemos do verão. Que dessa vez eu não quero mais as noites secas e quentes em que eu tropeço pela cidade desconhecida de bar em bar lubrificando minhas palavras com os copos cheios de vodka - todos sabemos das vãs filosofias que sobrevivem às mesas lotadas, à embriaguez, às conversas tolas e aos contatos efêmeros; dessa vez eu queria pular essa rotina toda e me expor sem máscaras só com você.

Eu vejo nitidamente essa imagem o tempo todo, me permiti me perder em loucuras e esperanças: é algum momento da tarde, o sol está iluminando o chão de madeira, eu estou deitada na cama, por cima de lençóis floridos e limpos, talvez eu estivesse lendo algum romance fantástico enquanto você está naquela mesa, ao canto na varanda, às vezes fitando o nada ou a casa em frente, enquanto também segue a leitura de algum romance tão brilhante quanto perturbador.

Desejo o conforto de algum braço que eu agora ligo ao seu rosto; te guardo a parte mais bonita de mim, mesmo estando vivendo outros amores vãos, não se engane, isso tem limite, e agora meu limite é um verão no qual você esteja presente, durante muitas tardes alcoólicas e perfumadas.
As noites eu quero guardar para o próximo inverno, preciso economizar alguma parte de mim, mas enquanto você estiver diposto a passar comigo essas tardes de sol, eu abro mão das blasfêmias, das memórias curtas e das cartas a outros homens.

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