segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Carta para um homem à espreita

Querido f.,

me recuso a fazer grandes projeções, mas só queria te dizer algumas coisas bobas e simples, dessas bem honestas que a gente diz só pra quem, com certeza, vai entender. Não há nada de muito grandioso em mim, mas ainda assim eu sinto que esse espaço entre nós guarda grandes imagens, momentos preciosos e alguns sons que só se fazem duas pessoas como nós.
Nesses últimos meses, depois de muito tempo, voltamos a nos falar, como se nunca tivéssemos parado antes – e pode até parecer superficial pra quem está vendo de fora - mas eu sei que se a gente conversa com tanta facilidade por tanto tempo, mesmo com tantas discordâncias, é porque nos merecemos pelo menos um pouquinho. Então, por conta disso, e também por conta do seu cheiro e da cor dos seus olhos, que eu nunca consegui esquecer, queria dividir certas impressões minhas:

Sinto muita falta do calor humano, desses que a gente só sente no auge de um compreendimento mútuo que acontece tão raras vezes quanto é raro o amor. E acho que alguém que não fosse você, se lesse isso, diria que eu sou uma romântica incurável, que eu vivo em séculos passados, em filmes, mas não é isso que eu disse - só você seria capaz de entender. Não estou falando de romance, não estou falando de amor, nem sequer de paixão; estou falando de nós, da gente, disso. Eu sei que você entende.
Tem faltado disso na minha vida, falta alguém que valha a pena viver disso.
Os beijos, os drinks, a embriaguez, tem sido tudo seco e vazio; falta disso, e eu acho mesmo que você é o único que pode resolver essa questão.

te aguardo,
t.

sábado, 7 de agosto de 2010

Sabe,

Você é o conforto mais incômodo no meu mundo.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

The doc doc doc

Eu sei de tudo, meu bem, dos seus approaches evasivos e da sua natureza indelicada, do seu hábito de ser adorado e da sua necessidade de atenção. Eu gostei de entrar nesse seu teatrinho, e até agora não sei se você percebeu que, aqui de onde eu estou, era só um joguinho. Não que faça muita diferença, de qualquer modo eu te dei a atenção que você exigia, mesmo que pra mim essa história fosse uma grande piada. O mais engraçado é que você nem esgotou minhas energias, não me fez chorar de tanto cansaço nem gritar de prazer, se bastou nas minhas pequenas demonstrações diárias de que eu te queria e achou que eu ia me contentar com o mesmo.
Mas, querido, o que você não se deu o trabalho de descobrir é que a manutenção da nossa palhaçada demandava muito mais esforço que isso. Você quer que eu banque a menininha apaixonada? Que mande recadinhos saudosos, mensagens no meio da madrugada?
Isso tudo tem um preço, e nem seria difícil pagar, era só você me desarmar das minhas frases de efeito e das minhas ironias ensaiadas. Esse banho-maria não me comove, sua distância só te apaga da minha cabeça ao invés de aumentar meu desejo. E é por isso que eu te digo, cara, you know i ain't coming back.